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A Igreja São Francisco de Assis e Santa Clara pertence à Paróquia Santa Luzia de Votuporanga, está situada à Rua Cardoso s/nº no Bairro Parque das Brisas/CECAP II (perto do Clube dos 40) e tem como pároco o Pe. Silvio Roberto. “Ponha a mente no espelho da eternidade. Coloque a alma no esplendor da Glória. Ponha o coração na figura da Substância Divina e transforme-se inteira pela contemplação na Imagem da Divindade.” “Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas Igrejas, que estão no mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!”.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

História do Advento



Um acidente histórico contribuiu para a formação e desenvolvimento final do Advento tal como o temos hoje.
Durante anos as Igrejas dos povos do território da França (Galia), usaram os livros litúrgicos trazidos de Roma que vinham através dos Alpes pelas mãos dos monges e peregrinos que se tinham impressionado com o que viam em Roma.
Os governadores Carolíngios, procuraram romanizar o Império por razões políticas e religiosas.
Em 754, Pepin, o predecessor de Carlos Magno, foi coroado rei do território francês, pelo Papa Estêvão II (III) (752-757).
Para assinalar o acontecimento, o Papa ordenou que os livros litúrgicos em uso em todo o Império fossem substituídos pelos de Roma.
Como resultado o mais curto e não penitencial Advento Romano teve que ser copiado à mão e assim, durante um tempo mais ou menos longo, essas duas liturgias estiveram misturadas.
Alguns dos temas penitenciais do Advento do Norte estiveram misturados com os temas de Alegria, mais curtos do Advento Romano.
Carlos Magno que, tal como seu pai, ficou impressionado com tudo o que se fazia em Roma, continuou na mesma linha de acção de seu pai.
Trouxe livros de Roma para a sua Biblioteca de Aachen, onde serviram de base para as cópias.
Infelizmente, os livros que ele trouxe, descreviam mais a liturgia papal bem elaborada do que a liturgia das Igrejas Paroquiais de Roma.
Alcuin, conselheiro de Carlos Magno, arranjou substituições para as partes que faltavam, com autorização do rei.
Como resultado, continuou a mesma mistura de liturgias que, desta vez, nem eram francesas nem romanas.
No século X a Igreja de Roma entrou em sério declínio e atingiu o caos, em virtude dos abusos governativos.
Os clérigos e os leigos perderam o interesse pela vida litúrgica da Igreja.
Só os novos mosteiros Cluníacos estavam em condições de manter vivo o espírito religioso e associativo com o culto da Igreja.
Eventualmente, sob as ordens dos Imperadores Otomanos, Roma começou a reformar as práticas Litúrgícas enfraquecidas, adquirindo livros litúrgicos nos mosteiros do Centro e do Norte.
Os livros litúrgicos que tinham sido levados para o Norte, centenas de anos antes, já não eram os mesmos que eles agora encontraram.
Todavia, a nova liturgia, bem depressa foi considerada como autenticamente romana.
Por essa razão ela se tornou a liturgia de toda a Igreja latina medieval.
E assim, um Advento de quatro semanas com uma certa mistura ou confusão de penitência e alegria, espalhou-se, a partir de Roma para a Igreja Universal.
O tema sombrio dos primeiros domingos do Advento é a continuação do mesmo tema dos últimos domingos do Ano Litúrgico.
Nestes domingos há uma ênfase para o fim dos tempos e a consumação de toda a história.
No segundo e terceiro domingos do Advento, João Baptista prega a penitência, e no último domingo, o tema final da Encarnação começa com o facto da Anunciação.
O tema penitencial durante o Advento, foi mais evidente até há relativamente pouco tempo.
A tradição do jejum chegou até ao Direito Canónico de 1917/18.
Evitavam-se os instrumentos musicais, a cor dos paramentos era a cor roxa, não havia o Glória da Missa e proibiam-se os casamentos. Com algumas modificações, estas tradições ainda continuam mas sem o espírito de rigorosa penitência.
Algumas tradições religiosas durante o mês de Dezembro estão directamente associadas com os temas do Advento, mas outras são já parte da celebração do Natal.
As tradições do Advento refletem o espírito de Espera que cresce gradualmente.
Provavelmente, a mais popular tradição do tempo do Advento de hoje é a das velas que se vão acendendo, domingo a domingo, tanto nas Igrejas como em casa de cada um que o deseja fazer.
Este costume teve a sua origem nos Luteranos da Alemanha no século XVI e logo se tornou popular em outras áreas.
Juntamente com as Árvores do Natal, é provavelmente um exemplo da cristianização de práticas populares dos tempos pré-cristãos, em que se acendiam lâmpadas ou velas e se faziam fogueiras nos fins de Novembro e princípios de Dezembro em terras da Alemanha onde a escuridão do Inverno que se aproximava, se tornava muito severa.
Esta tradição chegou aos nossos tempos.
A tradição de organizar um Ramalhete ou Grinalda do Advento, a partir de 1500 tornou-se uma tradição de simbolismo cristão, primeiro entre os Luteranos alemães, na parte Leste da Alemanha e depois entre os Católicos e Protestantes alemães.
Mais tarde foi para as Américas levada pelos emigrantes a partir de 1900, quando já estava muito popularizada entre os Católicos como fazendo parte do movimento litúrgico.
Esta Grinalda do Advento, que pode ser de qualquer medida, é posta sobre a mesa ou pendurada no tecto.
Há nela quatro velas, uma para cada semana do Advento.
A cor das velas não é essencial porque o mais importante é o simbolismo da chama.
Todavia é uso popular que sejam três de cor roxa e uma de cor de rosa, que são ainda hoje as cores do Advento.
A cor de rosa é a que se usa no Terceiro domingo chamado Gaudete (alegrai-vos), em virtude da primeira palavra da Antífona de entrada da Missa.
Na Igreja usa-se a mesma tradição com as quatro velas ornamentadas e dispostas numa espécie de trono com muitas verduras e flores, e cada domingo se vai acendendo uma delas antes da celebração da Missa.
Este é o simbolismo de que em cada semana do Advento, se vão dissipando as trevas e se vai fazendo o tempo mais claro, mais iluminado.É também o simbolismo de uma Vitória e de Glória.
Há, portanto um simbolismo de transição das trevas para a luz que representa todo aquele tempo, em que o Povo de Deus esperou o Messias prometido, que era a luz do Mundo.
Historicamente Ele chegou, nascendo na gruta de Belém; misticamente espera-se no Advento e chega em cada Natal de todos os anos, e assim acontecerá até ao fim dos tempos, como chamamento à conversão de vida e motivo para um enriquecimento de graça.
Portanto, cada Advento é uma Quadra litúrgica especial para que todos os crentes abram mais amplamente os seus corações ao Amor de Deus, e à Eterna Salvação, oferecida por Jesus Cristo a toda a humanidade que a queira receber de boa vontade.
Desde 1 de Dezembro de 1974, todos os Domingos do Advento têm precedência sobre todas as solenidades e festas do Senhor, segundo o novo Calendário Litúrgico. Sobre a Liturgia do Advento, diz-nos o Catecismo da Igreja Católica : 524. - Ao celebrar cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja actualiza esta expectativa do Messias. Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da Sua segunda vinda. Pela celebração do nascimento e martírio do Precursor, a Igreja une-se ao seu desejo :"Ele deve crescer e eu diminuir" (Jo.3,30).

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